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“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).
Estudo
2 Coríntios 6.1-18
I. Introdução
A palavra ABNEGAR significa renunciar. Renunciar
da própria vontade, desapego do interesse próprio, desprendimento de algo. Cada
Cristão aprende isso diariamente através do Espírito Santo vivendo em sua vida
e pela meditação na palavra de Deus, “Ensinando-nos
que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste
presente século sóbria, justa e piamente” (Tt 2.12). À medida que a nossa
comunhão aumenta com Ele mais força temos para praticar a renúncia.
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II. Renunciando uma vida de má conduta
A. Embora tenhamos recebido nossa justificação (Rm 2.8), isso não quer dizer que nunca poderemos perder nossa salvação. Dessa forma, Paulo adverte: “... exortamos a que não recebeis a graça de Deus em vão” (2 Co 6.1). Vejamos então como podemos adquirir prazer na abnegação por amor a Cristo, preservando o dom gratuito de Deus em nossas vidas:
1. Por amor à Sua palavra
“Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado” (2 Co 6.3).
Quando temos o verdadeiro amor por
Deus e Sua Palavra, fazemos de tudo para agradá-lo, pois esse sentimento nos
capacita a negarmos a nós mesmos (Fp 1.9, 10; Cl 1.24). Dessa forma, não
viveremos uma vida de pecado e isso extinguirá os mais diversos escândalos que
afastam os que não conhecem a verdadeira palavra de Deus do seu próprio
Criador.
2. Com obediência à palavra
“Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na
muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites,
nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns” (2 Co 6.4,5).
Em seu ministério, Paulo nos mostra
como foi um exemplo para os cristãos sofrendo as várias prisões por estar
desempenhando o seu papel. Sua obediência nos motiva, pois quão grande foi a
sua abnegação para a propagação do evangelho de Jesus Cristo! (Fp 1.12-19).
3. Uma conduta cristã aprovada
“Na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito
Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas
armas da justiça, à direita e à esquerda” (2 Co 6.6, 7).
O nosso testemunho, através do
Espírito Santo vivendo em nós, influencia nossa maneira de viver que impactará
pessoas a nossa volta, por isso a nossa conduta pautada na palavra da verdade
fará com que a Glória de Deus seja exaltada (1 Pe 2.11, 12).
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III. Renunciando os maus relacionamentos
A. Devemos constantemente observar se Cristo está no centro de nossas vidas, pois nossas escolhas e nossos relacionamentos serão guiados pelo o que é prioridade para nós. Por isso, Jesus diz: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8.34).
1. Jugo desigual
“Não vos prendais a um
jugo desigual com os infiéis” (2 Co 6.14a)
O jugo desigual afeta o relacionamento com Deus, por isso é
preciso ter cuidado com envolvimentos, tais como:
a) Namoro
É o “envolvimento romântico com um
incrédulo. Isso pela Bíblia está absolutamente e sempre será errado. Nosso
amoroso Pai, que se deleita em abençoar, faz a seguinte pergunta ao coração: "Porventura
andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”(Amós 3:3). Em 2 Coríntios 6:14 Ele dá este comando solene e
inalterável a Seus queridos filhos: "Não vos prendais a um jugo
desigual com os infiéis". Amado jovem! Se você realmente deseja
uma vida e casamento felizes, sejam obedientes a Deus”[1].
b) Casamento
(1) É correto para um cristão namorar ou casar-se com alguém que não seja cristão?
Enquanto esta passagem não
menciona especificamente o casamento, certamente tem implicações para o
casamento. A passagem continua dizendo: “E que concórdia há entre Cristo e
Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de
Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei;
e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e
apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei” (II
Coríntios 6:15-17).
A Bíblia continua dizendo:
“Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (I Coríntios
15:33). Ter qualquer tipo de relacionamento íntimo com um incrédulo pode
rapidamente e facilmente se tornar algo que obstrua sua caminhada com Cristo.
Somos chamados a evangelizar os perdidos, não a sermos íntimos com eles. Não há
nada errado em construir amizades de qualidade com os incrédulos, mas isto é o
máximo que se pode fazer. Se você estivesse namorando um incrédulo, como vocês
dois poderiam cultivar intimidade espiritual dentro do casamento? Como um
casamento de qualidade poderia ser construído se vocês discordassem no assunto
mais importante do universo: o Senhor Jesus Cristo?[2]
c) Sociedade
(1) Deve um Cristão entrar em uma sociedade de negócios com um descrente?
A pergunta sobre se um Cristão
deve começar uma sociedade empresarial com um descrente ou se a Bíblia proíbe
um crente e um descrente de fazerem parte de uma sociedade é bem comum. O
versículo mais citado é “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis;
porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz
com as trevas?” (2 Coríntios 6:14). Muitas vezes, esse versículo é interpretado
como uma proibição dos Cristãos de se casarem com não cristãos. Esse versículo
com certeza se aplica ao casamento, mas não há nada no seu contexto que o
limite apenas ao casamento. Todos os tipos de “jugo desigual” são proibidos –
casamentos, amizades íntimas, laços eclesiásticos e sociedades empresariais.
O comando implica que existe uma
grande diferença entre um crente e um descrente. Geralmente falando, as
motivações, objetivos e métodos de um Cristão são incompatíveis com os do
mundo. A fé muda o caráter de um homem. A ambição mais elevada na vida de um
Cristão deve ser a de glorificar ao Senhor Jesus e agradá-lO em todas as
coisas; um descrente é, ao máximo, indiferente a tais ambições. Mesmo se
parecermos ter muito em comum com um descrente, o nosso coração reside em um
reino totalmente diferente.
2 Coríntios 6:14 então pergunta:
“E que comunhão tem a luz com as trevas?” Dizem que as pessoas estão “em
comunhão” quando compartilham algo. Sócios estão unidos de tal forma que precisam
compartilhar coisas – o que pertence a um também pertence ao outro. Isso é o
que “comunhão” quer dizer. Nosso conselho é de seguir as Escrituras e de evitar
unir-se com os não– Cristãos. “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem
de acordo?” (Amós 3:3).[3]
d) Amizades
(1) É perigoso para os cristãos terem amizade profunda com incrédulos?
Existe um ditado popular que
diz: “diga-me com quem andas, e te direi quem és”. Antes de associar-se a
alguém e ter amizade com essa pessoa, procure observar como ela se comporta
sozinha e em grupo, como ela fala, do que gosta, como age quando está sob
pressão. Mesmo que se diga cristã, avalie se ela observa ou não a Palavra de
Deus, se tem temor a Ele.
De maneira alguma estou
fazendo apologia ao isolamento total ou à inimizade com os que não professam a
mesma fé que nós. Não somos do mundo, mas vivemos nele. Trabalhamos e estudamos
com pessoas que não conhecem os preceitos bíblicos. Devemos falar e testemunhar
do amor de Jesus a elas! Todavia, conviver é uma coisa; estabelecer uma amizade
profunda, outra, porque amizade implica comunhão de ideias e práticas.
O apóstolo Paulo advertiu:
Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes (1 Coríntios
15.33). Por que ele disse isso? Porque o ser humano é um ser social. Seu
comportamento é influenciado por aquilo que ele vê, ouve, admira. As pessoas
com quem andamos, conversamos e a quem abrimos nosso coração exercem uma forte
influência sobre nós. Se não tiverem compromisso com Deus, vão falar de coisas
vãs ou más; coisas que ofendem a santidade do Senhor e que, com o tempo,
corromperão os costumes cristãos que adquirimos em nossa convivência com nossa
família e/ou a Igreja.
Quando o cristão fica mais
exposto aos valores mundanos do que à Palavra e à presença de Deus, com o tempo
acaba esfriando na fé, adquirindo os mesmos hábitos que os incrédulos,
frequentando os mesmos lugares que estes, adotando o mesmo vestuário e falando
da mesma maneira, sobre os mesmos assuntos, segundo os mesmos pontos de vista.
Normalmente, quando chega a
esse ponto, significa que o cristão já perdeu a sensibilidade quanto aos
malefícios que aquela influência mundana pode representar em sua vida; já se
submete tranquilamente ao aconselhamento daqueles que não têm qualquer comunhão
com Deus, em vez de ouvir a orientação do Espírito Santo. Perdeu o referencial
certo, Jesus, e sucumbiu à degradação moral e espiritual.
Por tudo isso, afirmamos que
o cristão não deve ter amizade íntima, profunda, com os incrédulos, para não
ter sua comunhão com Deus rompida. O contato com eles deve restringir- se à
convivência social, profissional, e com o intuito de apontar a salvação em
Cristo Jesus.
O cristão pode e deve ouvir,
orientar e ajudar quem não é cristão, representando Jesus para essa pessoa,
pois foi chamado para ser sal da terra e luz do mundo. Contudo, não deve
aconselhar-se com quem não tem os mesmos valores e estilo
de vida que ele, especialmente com quem pratica a iniquidade e
tem uma vida contrária à Palavra de Deus. Antes, deve aprofundar sua comunhão
com a Igreja, mantendo um maior relacionamento com os irmãos
em Cristo, ajudando um ao outro e sendo alimentados com a
Palavra. E ao relacionar-se com os ímpios, o cristão deve ter sempre em mente o
objetivo de demonstrar e pregar o amor de Deus, para que eles também conheçam o
evangelho e possam cooperar com Cristo para a salvação de sua alma.[4]
Essas características de julgo
desigual não permitem uma caminhada com o mesmo propósito. Enquanto o Cristão
busca a retidão, o descrente segue a iniquidade. Se não soubermos administrar
os nossos sentimentos, acabaremos num caminho contrário àquele proposto pelo
Senhor (Fp 4.7).
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IV. Renunciando o mundanismo
O mundo se opõe à vontade de Deus, e está pautado na cultura, valores e costumes contrários à Sua Palavra. O Cristão precisa amar a Deus sobre todas as coisas, na mente e no coração para que nada rompa seu relacionamento com o Senhor. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele, porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 Jo 2.15-16).
1.
Somos
templo de Deus
(1) “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo de Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei, e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2 Co 6.16).
Que privilégio para nós sermos o
templo do Deus vivo, pois no Antigo Testamento existia somente os feitos por
mãos humanas. Se naqueles dias, ver profanado um templo físico, construído com
tijolos e argamassa, era uma tristeza irreparável para o judeu, como não seria
hoje, ver profanado o templo no qual o Espírito Santo habita? (1 Co 6.19).
2. Somos separados
(1) “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor, e não toqueis nada imundo.” (2 Co 6.17).
O fato de estarmos no mundo não evita
que tenhamos contato com os incrédulos, e isso deve acontecer naturalmente para
que o evangelho seja anunciado. Todavia, a comunhão precisa ser observada de
maneira a não deixar que as influências retirem do servo de Deus a devoção pura
e sincera a Cristo (Cl 3.5-10).
3. Somos filhos de um Pai celestial
(1) “e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Co 6.18).
Como é maravilhoso o amor de Deus por
nós! Com seu grande poder e glória, ainda assim, volta-se para nós, dando-nos
instruções para vencermos os inimigos que tentam nos destruir. Em sua oração a
Deus, Jesus disse: “não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal”
(Jo 17.15). Este deve ser o nosso maior conforto: saber que não importa o quão
grande seja a nossa dificuldade, Ele jamais nos deixará (Jo 15.9).
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V. Conclusão
Devemos ser a continuidade que Cristo
plantou aqui na terra. Quando aceitamos a Ele como Senhor e Salvador das nossas
vidas, abrimos mão da nossa própria vontade e egoísmo para sermos o povo que
viverá para sua obra. “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda
a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras”
(Tt 2.14). Deus nos escolheu para fazermos a diferença, mostrar ao mundo que é
possível abnegar-se das coisas mundanas para a Sua própria glória. Que possamos
aprender com Jesus, com o seu grande exemplo de renúncia por amor ao ser
humano, pois por nossa própria força nada conseguiremos fazer.
Amém.
[1] romance-namoro.blogspot.com/2013/03/jugo-desigual.htm
[2]
leiaabiblia.blog.br
[4] www.verdadegospel.com (Pr. Silas
Malafaia)
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