Triunfando em Cristo
Todos os cristãos desejam viver uma
vida de triunfo, mas poucos se importam em saber como alcançar e conservar esta
vitória. Contudo, faz-se necessário entender que para triunfar em Cristo é
preciso observar certas condições que caracterizam e beneficiam os crentes a
ter vitórias em Cristo.
Em Romanos 8.37 diz: “Em todas
estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”.
Devemos entender que Cristo
venceu todas as coisas e somos participantes destas vitórias, desde que
estejamos Nele. E para entender, vamos ver algumas características:
I.
CARACTERÍSTICAS DE UM CRISTÃO
TRIUNFANTE
a. 2 Coríntios 1-11
1. É sensibilizar aos sentimentos
alheios
O apóstolo Paulo quis evitar a todo custo ir ter com os
irmãos de corinto, pois, caso fosse, teria de repreendê-los severamente. No
capítulo 1, versículo 23, ele disse: “Invoco, porém, a Deus por testemunha
sobre a minha alma, que para vos poupar não tenho até agora ido a Corinto”.
A atitude de Paulo, ao poupar os irmãos, é como a de um pai
que releva certas atitudes de um filho, evitando entristecê-lo por meio da
repreensão. O exemplo do apóstolo mostra como devem ser qualificados os atuais
ministros do evangelho. Eles devem ter um coração amoroso e sensível, que se
angustia e chora quando contempla o povo de Deus se desviando da verdade, e que
se entristece ao ver os servos de Deus envolvendo-se com o pecado e o engano.
2. É repudiar o pecado
É necessário que se aplique a disciplina no membro que
infringe os mandamentos divinos. Os delitos graves pedem tal atitude do
ministério, pois visa à restauração do membro (ver 1Co 5). Todavia, deve ser
aplicada sem exagero para que não o leve a perder a esperança na misericórdia
de Deus e o desestimule a volta da comunhão com a igreja.
Paulo disse que o ofensor causou tristeza “em parte”. Na
verdade, o apóstolo não quis ser contundente com aquele que cometeu delitos.
Isso indica que ele era terno, cauteloso e prezava pelos outros, mesmo quando
em falta. Contudo, o pecado não deve ser tratado levianamente para que os
membros não vulgarize a Palavra de Deus, desdenhem da graça e concebam um
cristianismo fácil, barato e falso.
3. É demonstrar amor perdoador
Uma vez arrependido, o crente, que já passou pela disciplina
para correção, deve ser recebido com braços abertos e coração amoroso. A versão
do Novo Testamento Vivo diz: “Agora é o
momento de perdoá-lo e confortá-lo. Do contrário, poderá ficar tão desanimado
que não será capaz de reabilitar-se” (2Co 2.7).
O culpado arrependido deve ser perdoado e consolado: “Pelo que vos rogo que confirmeis para com
ele o vosso amor” (2Co 2.8), Disse Paulo. Os irmãos deveriam dar uma
palavra clara, confirmando o perdão.
4. É obedecer em tudo
Uma maneira cruciante de provar a obediência de um crente é
exigir que ele perdoe a pessoa que o ofendeu. Por isso, Paulo disse: (v. 9) “para isso vos escrevi também, para por essa
prova saber se sois obedientes em tudo”. Por vezes, achamos mais fácil mudar
de congregação na tentativa de evitar um irão que nos causa incômodo, ou
separar do nosso cônjuge que nos ofendeu, do que perdoar. Ao afirmar que “a
quem perdoardes alguma coisa também eu”, Paulo demonstra que há unidade na
igreja e que esta é a força que nos impede de sermos vencidos por Satanás. O
apóstolo efetuou o perdão por “amor dos irmãos” e o fez “na presença de
Cristo”, ou seja, com a sua autoridade.
5. É conhecer os ardis de Satanás
Os desígnios de Satanás são as maquinações pecaminosas e
destruidoras desenvolvidas em sua mente. Devemos nos antecipar a estas
maquinações a fim de que não sejamos vencidos por ele. No caso visto
anteriormente, se um verdadeiro crente, depois de demonstrar sincero
arrependimento, ainda assim, for recusado pela igreja, o diabo sairá em
vantagem.
Satanás luta continuamente para tirar proveito sobre nós e
faz de tudo para nos dissuadir da nossa devoção sincera a Jesus Cristo (Ef
6.11-13; 1Pe 5.8).
II.
BENEFÍCIOS PARA O CRISTÃO TRIUNFANTE
a. 2 Coríntios 2.12-17
i.
Ser
participante da vitória de Cristo e receber da sua vida, expressando-a por meio
da realização da obra de Deus trazem os seguintes benefícios:
1. Cooperação do Senhor na evangelização
Paulo afirma que quando chegou a Trôade para pregar o
evangelho de Cristo, uma porta foi escancarada. A parte final do versículo doze
é reveladora: “no Senhor”. Isso mostra que foi o próprio Cristo que favoreceu o
apóstolo na sua evangelização. Aliás, esta é a promessa do Senhor aos que
pregam a sua Palavra: “e eis que estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20b).
Devemos nos ater a esta verdade: “sem Jesus Cristo, nada
podemos fazer” (Jo 15.5). Por essa razão, encontramos o ministro de Deus
pedindo à igreja que ore em seu favor: “e por mim; para que me seja dada, no
abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do
evangelho... para que possa falar dele livremente, como me convém falar” (Ef
19, 20).
2. Participar da vitória de Jesus Cristo
O
vocábulo “triunfo”, no original, sugere os cortejos triunfais dos generais e
imperadores romanos trazendo seus cativos em grandes fileiras. Uns seriam
sacrificados e outros galardoados com a vida. Trata-se de um costume antigo
onde os adversários vencidos eram conduzidos em marcha triunfal - (Um triunfo romano (triumphus em latim,
a partir do grego θρίαμβος)
era uma cerimônia civil e rito religioso da antiga Roma, feito para homenagear publicamente o
comandante militar (dux) de uma guerra ou campanha no estrangeiro notavelmente bem sucedido e
para exibir as glórias da vitória romana. Aqueles que recebiam esta distinção
eram denominados triumphatores.) Origem: Wikipédia, a enciclopédia
livre. O apóstolo aplica
esta ideia à condição dos cristãos, constrangidos (conquistados) por Cristo
(2Co 5.14-17), que são conduzidos por Deus em um desfile aqui no mundo,
seguindo ao Senhor, como um troféu da sua graça redentora (Is 53.11ª). Particularmente,
Paulo se alegra por ter sido conduzido em triunfo. A vitória do cortejo
triunfal tem Deus como proprietário, Cristo como conquistador e os crentes como
participantes da vitória de Cristo que o têm como Imperador e Rei para que o
mundo veja quem é o vencedor, e que as honras solenes sejam prestadas somente a
Ele.
3. Como fragrância e perfume de Cristo
Nos versículos 14b e 15a, vemos os exemplos dos apóstolos, os
crentes devem tornar-se um bom perfume de Cristo. Não devem meramente exalar o
aroma suave produzido por Cristo, mas, também, expressar Sua vida na obra de
Deus. A fragrância e o perfume têm seu plano de fundo nos sacrifícios
aceitáveis a Deus no Antigo Testamento (Gn 8.21; Êx 29.18).
Enquanto Cristo exibe as fileiras de salvos como seu troféu,
estes exalam suave aroma diante de Deus e dos homens, por meio do conhecimento
do Salvador e da vida redimida. Isso é agradável para Deus, mas para os seres
humanos resulta em vida ou morte.
A fragrância está relacionada aos sacrifícios (2Co 2.15, 16).
Os cristãos, ao espalharem por toda parte o conhecimento de Cristo, são como o
turiferário que levava o incensário pelo templo disseminando a fragrância, a
exemplo do incenso que era usado nos cortejos triunfais.
No caso relacionado aos cristãos, ao espalharem por toda a
parte o perfume de Cristo, e isso se faz por meio da evangelização, eles
produzem dupla reação: “cheiro de vida” e “cheiro da morte”. Nos que são
salvos, como aroma de “vida para vida” e nos que perecem, como aroma de “morte
para a morte”.
Paulo encerra fazendo a seguinte indagação: “Quem, pois, é
suficiente para estas coisas?”, querendo dizer com isso o que repetirá no
capítulo 3,5: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como
de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus”.
4. Maneja bem a palavra de Deus
a. 2
Coríntios 2.17
A palavra grega “falsificadores”, que aparece neste
versículo, significa “vender a retalho”, “mercadejar”. É um vocábulo que inclui
a ideia de adulterar. Originalmente, apontava para a comercialização de
produtos de baixa qualidade a preços exorbitantes, de modo enganoso, onde os
comerciantes viajantes, com frequência, enganavam os seus clientes. Na igreja
de Corinto, muitos cristãos, incluindo ministros, praticavam esse tipo de
delito, adulterando a Palavra de Deus para proveito próprio. Estes reduziam as
exigências do evangelho a fim de obter lucro, aceitação e sucesso (Cf. 2Co
11.4; 12-15), e hoje muitos continuam com essa prática (At 20.29, 30; 2Pe
2.1-3). Já os apóstolos, com uma sinceridade genuína, primavam pela pureza da
palavra: “falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus”
(v. 17b).
Devemos nos esforçar por viver de acordo com o que aprendemos
neste estudo. É necessário, não somente ser sensível aos anseios do nosso
semelhante, mas também, perdoar suas ofensas.
O triunfo em Cristo pode ser demonstrado pela nossa conduta,
que redundará na salvação das pessoas que ainda não ouviram o evangelho ou no
destino final daqueles que, mesmo presenciando o nosso triunfo em Cristo, e
sentindo o seu bom perfume exalado por meio da nossa vida e obras, rejeitaram a
oferta do evangelho da salvação.
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