Anunciando a vida de Jesus Cristo
2 Co 4.1-18
No capítulo 4 de 2º Coríntios, Paulo demonstrou
estar ciente que seu ministério foi atribuído do brilho advindo de Cristo, um
valioso tesouro, o qual ele próprio expressava em sua vida para a glória de
Deus (v. 1). Para isso, o apóstolo cumpriu três passos:
- Ele reconheceu as características da vida de quem nos salvou;
- Agiu conforme a verdade que reside em todos os que se predispõe a servi-lo; e,
- Ele almejou os tesouros de uma jornada com Cristo.
Seguindo essas etapas, aprenderemos a iniciar uma
vida de serviços expressando a Jesus Cristo, o maior exemplo de servidão ao Pai
(Fp 2.7).
Paulo conhecia o caminhar de nosso mestre e
procurava de todas as formas seguir seus passos (1Co 11.1). Logo, assim como
Paulo, devemos reconhecer aspectos da vida de Jesus para então, fundamentar
nossa própria vida de serviço, assim como fez o apóstolo Paulo. E que vida
seria essa:
1. Uma vida
pautada na verdade
- 2Co 4.2 “... antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade”.
Paulo inicia chamando a atenção para a
manifestação da verdade frente à vergonha da adulteração da palavra. Os
fariseus torciam as leis bíblicas e escondiam seus pecados vergonhosos de seus
seguidores (Mt 23.3-7). No entanto, Jesus era um homem irrepreensível, e suas
palavras eram totalmente condizentes com seu modo de agir. Assim com nosso
Salvador, devemos ser obreiros que não tem do que se envergonhar e que manejem
bem a palavra (2Tm 2.15). Não há vergonha na vida de um cristão que segue com
fidelidade os princípios bíblicos, uma vez que a verdade se manifesta
diariamente em sua vida, seja no agir com um irmão, no servir a Deus ou até
mesmo no falar, afinal, esse servo sabe qual a função da palavra: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e
luz para o meu caminho.” (Sl 119.105).
2. Uma vida
que resplandeça a luz do evangelho
- 2º Co 4.3, 4: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”.
O ministério de Cristo apresentou uma autoridade
ímpar, consequência de Sua luz que brilhou em meio às trevas do engano (Mt
9.1-8). A luz da salvação resplandeceu na vida de muitos (Is 9.2). Todavia,
houve um grupo que não creu nas palavras de Jesus Cristo (Jo 1.10, 11). Nossa
função é brilhar o tesouro do evangelho vivo, que faz a diferença num mundo
cego pela mentira (Mt 5.14). Quanto aos que, porventura, não vierem a crer, que
eles pelo menos saibam que Jesus pagou o preço por suas escolhas erradas (Mc
16.16; Ap 21.8). Cabe a nós não desanimarmos e seguirmos no combate com
sinceridade (Js 1.9).
3. Uma vida
movida pelo amor
- 2 Co 4.5: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus.”.
Nosso Salvador trilhou um caminho de sofrimento
que culminou em Sua crucificação. Contudo, Seu sacrifício de nada adiantaria se
não fosse motivado pelo amor (Ef 5.2). Esta deve ser também a nossa motivação.
Afinal, não há serviço forçado no Reino de Deus, pelo contrário, é um lugar
onde predominam a liberdade e a voluntariedade. Sendo assim, não perca seu
tempo! Trabalhe para Ele de coração! Sempre lembrando de que, para Deus, nenhum
sacrifício vale a pena, se não for feito por amor (Is 1.11-14; 1Co 13.3b).
- * -
Vimos algumas características do ministério de
Jesus que são mais do que conhecidas por nós. Mas, existem ações que precisam
ser praticadas constantemente nas vidas dos que expressam Jesus Cristo a servi
a Deus. Entretanto, é necessário frisar três ações cristãs pragmáticas
apresentadas por Paulo de maneira tal que iremos e devemos entender como
abdicarmos do nosso eu, são elas:
1. Para
abdicar de nosso eu é preciso renunciar a nós mesmos
- 2Co 4.7: “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.”.
O apóstolo Paulo evidenciou no verso 7 seu
reconhecimento à excelência do poder de Deus em detrimento de nossas próprias
glórias. Quando nos diminuímos, a glória de Cristo aparece, mas quando nos
julgamos capazes de algo, confiando em nosso próprio poder, ela se apaga (Jo
3.30). Embora um vaso de barro possua um determinado valor, em nada pode ser
comparado com a preciosidade do tesouro que nele é depositado. Não deixe seu
vaso ofuscar o tesouro que nos foi dado mediante a graça; reconheça diariamente
para quem são e foram feitas todas as coisas (Rm 11.36).
2.
Para abdicar de nosso eu é preciso sofrer por
amor a Cristo
- 2 Co 4.11: “E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus...”.
Mais certo do que promessas de vitória e de uma
vida magicamente simples é a certeza de que no mundo teremos aflições (Jo 16.33).
O cristão que incomoda e que brilha, aborrece o mundo, que, em resposta, o
atribula, o persegue e o abate (vv. 8, 9). Melhor é carregar nossa cruz do que
amar ao mundo e nos acomodar no caminho largo, fácil de ser trilhado, mas que
leva à perdição (Mt 7. 13, 14). Logo, aceite as responsabilidades por ser um
servo do Senhor e padeça por ele, predispondo-se ao sofrimento em nome de sua
obra.
3.
Para abdicar de nosso eu é preciso espalhar o
evangelho de Cristo
- 2Co 4.13: “... Cri, por isso falei; nós cremos também, por isso falamos”.
Citando o Salmo 116.10, Paulo nos mostra que a
evangelização é consequência direta do crer e não apenas uma obrigação.
Disseminar a palavra do Senhor é, de fato, uma ordem (Mc 16.15), porém ela não
é coercitiva. A boca fala do que o coração está cheio (Mt 12.34), e se estamos
cheio do Senhor é natural que nossa boca testifique de Sua glória. Deixe-se ser
usado em prol do Reino de Deus, afinal “a
fé vem pelo ouvir, e ouvir pela palavra” de Deus, que sai da sua boca (Rm
10.17).
- * -
Saiba uma coisa, o apóstolo Paulo tinha certeza que
no céu tinha e tem tesouros para quem persistem na sã doutrina. Este tesouro
não consiste em “bênçãos” materiais, barganhadas com Deus, mas sim, de bênçãos
espirituais entregues àqueles que renunciam a si próprios e vivem apenas da
graça do Pai.
Expressar em nossas vidas os tesouros de Cristo é
estar convicto de nossa realidade futura. Para tanto:
1. Devemos
ter uma vida ressurreta com Cristo
- 2 Co 4. 14: “... o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco”.
A fé na verdade faz com que nem mesmo a morte
possa assustar aos que servem de coração ao Senhor. Jesus venceu o pecado na
cruz e nos deixou a promessa viva de que voltaria para nos buscar (Jo 14.3). O
tesouro da vida ressurreta com Cristo, porém, é apenas para os que morreram
para o mundo e decidiram viver sem restrições para a obra de Cristo (Rm 6.4,
5). Para estes, existe a vida eterna, onde não há morte, pranto, clamor e nem
dor (Ap 21.4).
2. Devemos
renovar nossa vida interior
- 2 Co 4.16, 17: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.
Jesus Cristo serviu plenamente ao propósito de
Deus, no entanto, quando partiu para junto do Pai, ele não nos abandonou,
antes, deixou o Espírito Santo para nos consolar e nos ajudar a seguir na nossa
caminhada (Jo 14.16). Através do agir do Espírito, nossa vida interior “... se renova de dia em dia” (v. 16)
Por sua vez, esta ação não se resume apenas a um manifestar sobrenatural, pelo
contrário, o Espírito Santo opera diariamente em nossas vidas o seu fruto (Gl
5.22). Daí há paz, há amor e benignidade quando expressamos a Cristo em nossas
vidas.
3. Devemos
ter uma vida focada nas coisas eternas
- 2 Co 4.18: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.
Paulo finaliza caracterizando a natureza dos
tesouros divinos como não visíveis. Infelizmente, dentro de nossas igrejas
contemporâneas, a fé foi diluída em torno de um aparente paraíso terreno bem
visível, chamado “prosperidade” (2 Pe 2.1-3). Nosso coração, no entanto, deve
estar no reino dos céus, que não pode ser visto, todavia, é mais real do que
nossa realidade passageira. Aos que expressam, anunciam a vida de Cristo, por
fim, existe um tesouro que olho nenhum viu e ouvido nenhum ouviu, que o Senhor
tem nos preparados (1 Co 2.9).
Ao concluirmos esse estudo, afirmamos, Jesus
Cristo seguiu um caminho de perfeição durante Sua vida terrena, e nós devemos
buscar imitá-lo em todas as esferas de nossas vidas, não importando as
condições ou circunstâncias. Servir a Deus, buscando expressar a vida de
Cristo, pode parecer uma atitude prepotente, entretanto, é um alvo que devemos
perseguir se quisermos alcançar êxito no nosso ministério (Fp 3.14). O resultado
deste empreendimento é um labor frutífero para o Reino de Deus e não para nós
mesmos e com isso, queremos que se sinta sensibilizado e venha expressar Cristo
em sua vida e então você passará a experimentar os tesouros que residem no
único caminho, que é o próprio Cristo.
Deus seja louvado |
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